Em meio a um declínio absurdo de marcas de luxo no mercado global, a moda circular volta a fazer sentido e, agora, batalha por sua inserção na cultura pop. Além de se provar como um formato muito mais sustentável, brechós e plataformas para peças de segunda mão tornam a moda mais acessível (especialmente em tempos de imposto sobre as brusinhas).
Acredite se quiser, no ano passado, a gigante LVMH, grupo que detém marcas icônicas como Dior, Tiffany e Louis Vuitton, foi destronada do posto de companhia mais valiosa da Europa. E pior: para a Novo Nordisk, ninguém mais, ninguém menos do que a fabricante do Ozempic.
Na China, responsável por quase 16% dos gastos no setor de luxo, as vendas diminuíram a ponto de obrigar marcas a desceram seus preços em até 50% numa tentativa de reavivar o fogo do consumismo.
É nesse cenário que a Vestiaire Collective encontra seu momento. A plataforma é uma das maiores no nicho dos produtos de luxo em segunda mão e aproveitou o lançamento da nova temporada de Emily em Paris para se inserir de forma bem orgânica na série.
Emily in marketing
Apesar do fit inegável entre série e marca, a Vestiaire Collective não é a primeira a apostar no poder da série que todo mundo ama odiar, e vice-versa. Navegando entre ficção e vida real, Emily deu uma grande visibilidade para marcas francesas menores, que entraram para o guarda-roupa não só de Emily, mas também (e principalmente) das personagens parisienses: Camille, Mindy e Sylvie.
Outro case que é o suprassumo de estadunidenses retratando franceses veio do McDonald’s. Com o hype da série, a McBaguette também teve o seu momento (para o terror dos franceses).
Vestiaire Collective
Na série, é Mindy quem usa a plataforma por indicação de Emily, para vender algumas peças de alta costura e levantar dinheiro para o Eurovision. Durante o episódio, a série reforça a experiência de 15 anos da marca e a posiciona como o melhor destino para quem procura luxo acessível.
A rapidez e a empolgação da personagem ao completar a venda (em poucos minutos, diga-se de passagem) só reforçam que o negócio é bom para os dois lados: tanto para quem busca aquela peça statement quanto pra quem quer se desfazer dos lookinhos.
E como prova final, a Vestiaire fez toda uma curadoria levando peças da série para dentro da plataforma. Vale dizer: com o selo de aprovação de Emily e Mindy.