Acho que, desde que o Cultura Inglesa Festival começou, só perdi a edição do The Jesus and Mary Chain – lembram daquela chuva do fim do mundo?! Pois muito que bem. De Gaby Amarantos a We Have Band, tivemos algumas mulheres no palco, mas nenhuma edição foi tão girl power quanto a de hoje.
Como de praxe, o festival deu espaço para a banda de professores e, na sequência, foi a vez da Soul Prime, formada por alunos da Cultura Inglesa. No repertório, rolaram muitos covers que serviram como esquenta para quem estava por lá, passando de Coldplay a Two Door Cinema Club.
Confesso que o show da Karol Conka foi uma surpresa pra mim. Letras com mensagens empoderadoras e feministas, já esperadas, e um setlist que passou por músicas de seu repertório usual, incluindo “Viva a Diferença”, tema atual da Malhação, e o feat. com o Tropkillaz em “Tombei”, que fechou a apresentação.
Ao vivo, essa energia ganha muito mais força. E é só dar uma olhada pelas redes que você entende que 1) (ainda) incomoda muita gente e 2) exatamente por isso é tão necessária.
Surpresa foi ouvir os covers que Karol preparou para o festival, homenageando a cultura inglesa. Rudimental, um pouquinho de M.I.A., Bowie e até mesmo Amy Winehouse. Quem disse que ela só mandava bem no rap?!
Aliás, a Charli também deu o que falar pelos vocais, porém por outros motivos. Ela parecia ligeiramente rouca, mas sabe aquele tipo de artista que segura qualquer show, não importa os perrengues? Então, Charli é dessas.
No primeiro show dela que vi, o desafio era apresentar as músicas de “True Romance” para um público que a conhecia por escrever “I Love It” do Icona Pop. De lá para cá, muita coisa mudou, mas sua entrega em cada uma das apresentações é a mesma.
Charli parece mais confiante e à vontade no palco, também mudou o som – pendendo mais pro lado pop meets rave. Se o vocal foi questionado, sua energia passa longe da crítica. Pulou no público, explodiu confete e até levou uns bonecões de posto gigantes pra rebolar a raba em faixas como “Vroom Vroom” e “Bounce”, embora as faixas de “Sucker” tenham feito mais sucesso com o público – e “Fancy“, por motivos óbvios.
A dúvida que fica é quanto às próximas edições. Será que a vinda de Charli marca uma guinada no artístico do festival, que sempre pendeu mais para o rock alternativo? Fica aí no ar.
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