Amanhã, dia 31, sai o “Laboratório Tropical Vol. 1”, do selo Lab Dorsal. Mais do que uma coletânea, o projeto nasce como um manifesto contra algoritmos, valorizando o presencial, a convivência e a experimentação que nasce a partir da troca entre artistas. Não por acaso, todo o projeto aconteceu em um espaço físico, reunindo 16 artistas de 8 Estados brasileiros e mais de 30 colaboradores, entre produtores, músicos e compositores.
“Diferentes estilos, de diferentes lugares, se unindo para fazer música sem barreiras”, explica o diretor musical João Davi, idealizador do projeto. “potencializando assim as raízes brasileiras amplas territorialmente e culturalmente. Esperamos que possamos expandir a música de cada um desses artistas furando bolhas de ouvintes que não receberiam toda essa amplitude estética por conta do algoritmo”.
E, enquanto a coletânea completa não sai, trouxemos um desses encontros em uma exclusiva aqui para o Shelter. É a faixa que vem da mistura entre a tradição e a modernidade que pautam os trabalhos de Dante Oxidante e Zé Cafofinho.

Dante explora a música baiana em novas sonoridades, pegando elementos clássicos e subvertendo, experimentando novos beats. Já Zé Cafofinho é o alter ego do músico Tiago Andrade, artista da cena musical pernambucana que incorpora a viola de arco, seu principal instrumento, nos mais diversos estilos.
O resultado? Uma música tecida sob dicotomias. A tradição e a contemporaneidade. O orgânico e o eletrônico. “Mossa” transita entre esses espaços, bebe dos grooves do axé para transbordar num sentimento muito mais universal: aquela mistura de querências e cadências depois do delírio coletivo de uma festa, sol nascendo sobre a ressaca da noite.
“Quando ouvi ‘Mossa’ pela primeira vez, senti que ela já tinha um pouco do meu universo. É uma canção que dialoga com o meu som – orgânico, moderno e cheio de axé. Cantar ela foi como me reconhecer em outra voz” – Dante Oxidante
O single ainda conta com a guitarra de Lúcio Maia, que acrescenta dimensões tropicais à música, a bateria e as teclas de Donatinho, e os synths e programação de João Davi e Mateo, amplificando essa festa sonora.
Na coletânea, além de “Mossa”, os encontros improváveis vão ganhando outros tons: Amanda Pacífico e Layse se unem em uma “Buena Onda”, Getúlio Abelha e Louise França fazem “Essa Novela”, Irma Ferreira e Rimon Guimarães cantam “A Voz que Vem Antes do Tempo”, Alienação Afrofuturista e Dr Drumah marcam o ritmo de “Marcapasso”, 2DE1 e Juliana Strassacapa contam “Hoje Sinto Medo”, Realleza e Otis Selimane trazem seus “Três Sóis”, PECI e Luê vibram o “Coração Tropical”.