Em um paralelo apropriado a seu nome, “Tailor” foi habilmente costurada por Gustavo Glaser para seu projeto solo. O single, que traz todos os pensamentos e sensações contraditórias da perda de um amor, cria seu paralelo sonoro transitando entre elementos orgânicos e eletrônicos, como os synths que chegam para acrescentar textura.
Diferente de suas experimentações solo no EP “Futuros Incertos”, a música vai para o lo-fi e para o indie e é ainda a primeira que o músico mineiro produz por completo, desde a composição, fazendo os arranjos, as gravações e, então, mix/master.
“Eu gostei bastante de me aventurar sozinho na prática. Foi um exercício de paciência comigo mesmo, com o processo, e de confiança também”, ele explica. “Na gravação, testei bastante microfonações até chegar num resultado que soava bem pra mim e pro meu imaginário da música. Testando mais depois eu até regravei certos elementos, porque achei que tinha chegado num resultado ainda melhor. E na parte da mix também foi muito de ter cautela e atenção, mas sem fritar demais, confiar na ideia que eu tinha pra música e no meu ouvido (o que às vezes a gente tem que arriscar). Mas no geral, com essa produção que fiz, sinto que de experiência, entendimento e vocabulário sonoro (como colocar a ideia em prática), me serviu muito pra firmar meus primeiros conhecimentos como produtor!”.
E de referências a gente sabe que Gustavo tá bem. A começar por Mac DeMarco. “Sou apaixonado pelas músicas dele, mas também acompanhando o trabalho dele como produtor eu sou muito fã dos resultados e do som que ele alcança e quase tudo, ou tudo, sozinho”. Além dele, também cita Kevin Parker, que ano que vem desembarca no Brasil com seu Tame Impala, e nomes um tantinho mais próximos.
O primeiro deles é Melchior Melo, também da sua banda, O Cerne, além de Gabriel Elias (da Mineiros da Lua e Dédalos, também de BH) e Leonardo Marques, da Ilha do Corvo. “Como tive os últimos meses estudando em Portugal, queria citar também o Ben Monteiro (produtor e membro da banda D’Alva, de Lisboa), que foi muito importante ao longo da finalização da minha produção”.
O resultado? Tá logo aqui pra você dar o play.
Além de “Tailor”, Gustavo ainda tem mais lançamentos por vir, que retomam a sonoridade de seu primeiro EP, explorando uma “nova” MPB, com bastante influência da cena indie de cantautores do Brasil. “Tenho alguns singles que quero lançar em que experimento ainda um toque de outras influências de bandas indies (e um pouco folk indie) de fora, mas depois planejo lançar meu álbum posterior ao meu EP de estreia, o ‘Futuros Incertos’. É então ainda uma continuação naquele estilo, ou melhor, um aprofundamento e desenvolvimento agora com mais arranjos, não só tão cru com o foco na voz e violão”.