Pode imaginar todo clichê envolvendo ingleses: pontualidade, educação e charme. Check, check and double check. Harry Styles deu conta de todos e provou que, além de dominar o palco como ninguém, tem a humildade de reconhecer o valor da equipe dos bastidores – coisa rara entre artistas do mesmo nível.
O setlist não mudou em relação ao show do Rio. Em sua grande parte, foram exploradas as faixas de seu primeiro álbum solo – com as devidas adaptações para que funcionassem ao vivo. Para alegria das órfãs de One Direction, algumas músicas da boyband também entraram para a seleção, junto com os covers de Ariana Grande e Fleetwood Mac – pena que não teve a musa Stevie Nicks dividindo palco no Brasil, né não?
Entre uma música e outra, Harry foi só simpatia e até arriscou algumas palavras em português. Respondeu às placas, pegou a galera no pulo quando perguntou se tinha alguém de fora do país e resolveu bater um papo só para descobrir que eram brasileiros mesmo, lidando com tudo like a pro. Afinal, são anos de prática.
Dá para entender seu sucesso solo. Além do bom material, com claras influências de clássicos como Queen, o inglês aprendeu a ocupar o palco como único vocalista, ensaiando até alguns passinhos à la Mick Jagger, e fez ~aquela seleção esperta dos músicos que o acompanhariam em turnê, incluindo uma mina na bateria – que, vale dizer, também manda muito bem.
Não bastasse o show principal, Leon Bridges também impressionou – e fica a torcida para que ele volte, agora solo ou em algum festival. Sua apresentação é carregada na nostalgia dos grandes nomes do soul, coisa que ele corresponde com um vocal à altura. As faixas de “Good Thing” empolgaram até as fãs mais desesperadas, que não viam a hora de chegar às 21h.
Mal podemos esperar para ver os próximos passos dos dois artistas – principalmente Harry. Para qual direção será que seu segundo álbum vai caminhar?
Fotos: Paula Palanch Zangirolami