Como boa parte dos brasileiros (acho), meus primeiros anos como leitora passei lendo os gibis da Turma da Mônica. Daí, a evolução para outros tipos de histórias em quadrinho se deu bem naturalmente. Não tem como negar que quando se pensa em quadrinhos, a mente já vai direto para Marvel e DC e as pessoas esquecem que também há outros tipos de histórias.
Até o fim se encaixa nesses “outros tipos de história” e se torna um pouquinho mais especial por ser uma criação nacional.
Lilian está em um carro com seu noivo, irmão e dois amigos quando sofrem um acidente e morrem. Acordando no limbo, ela fica indignada e se recusa a aceitar esse destino, procurando uma forma de poderem voltar à vida. É assim que ela termina responsável por decidir para onde cada um dos amigos iria quando morresse, precisando fazer essas escolhas antes que amanheça.
Esse quadrinho, criado pelo Eric Peleias, Gustavo Borges e Michel Ramalho, trata com uma delicadeza incrível a ideia do que acontece conosco depois da morte. Vamos para o Céu? Reencarnamos? Atravessamos de dimensão? O que acontece com pessoas que já tentaram contra a própria vida?
Essa delicadeza e cuidado também é demonstrado em todas as ilustrações e na paleta de cores escolhida para a história, e no final há uma pequena parte onde explicam como foi o processo de criação e escolha para algumas das situações, e mesmo objetos (como um galho que Lilian carrega por boa parte da história).
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