Lianne La Havas é potência. Daquelas que chega avassaladora e derruba o que estiver no caminho. E é tanto que não precisa nem de banda para acompanhar. Em momentos, nem de instrumento. Segura no acapella e no carisma, com o público fazendo as vezes de backing vocal.
É esse um bom resumo do que o público presenciou no Cine Joia, com um setlist que resgatou faixas do seu primeiro álbum, que recém completou dez anos (como ela mesma fez questão de lembrar), e ainda passou por “Blood” e pelo autointulado “Lianne La Havas” até o cover finíssimo de “Weird Fishes”, do Radiohead.
Se, por um lado, ela dispensa grandes produções e se garante sozinha no palco, por outro, é acolhedora, faz questão de respeitar e engrandecer nossa música. Não por acaso, convidou “apenas” Mestrinho e Pretinho da Serrinha para se juntarem a ela no palco, ora duelando com um no acordeão, ora chamando o outro para imprimir brasilidade em suas músicas.
Aliás, por falar em brasilidade, apesar de afirmar não ter frases ensaiadas, ela se arriscou no português pra conseguir trocar com o público – não que precisasse, o jogo já estava ganho desde o primeiro “oi”, independente de imprevistos técnicos ou acordes dissonantes.
Resta a certeza de que quem for no show de hoje também vai sair arrebatado.