Que atire a primeira pedra quem não se sentiu sufocado em nenhum momento desse ano pesado que foi 2020. O duplo P – pandemia & política – adiantou não só tendências, mas também crises que estavam a ponto de eclodir.
“Welcome Back to Freedom”, o primeiro clipe do Tadini, retrata esse sentimento de angústia, o estar preso dentro da própria mente.
“Eu resolvi filmar o clipe na minha própria casa pela metáfora de estar preso em mim mesmo. Existe também uma narrativa abstrata que conecta ao lyric video da música ‘The Arsonist’ através das imagens com fogo. ‘The Arsonist’ fala de aceitar as mudanças inevitáveis e abraçar um ‘novo eu’, que pode ser resultado da libertação do indivíduo. Ao final do clipe, quero finalmente escapar – sozinho – das cordas. Essa é uma música que fala da saúde mental, que é um tema universal e que é cada dia mais relevante, especialmente agora. Além do tema ser importante e uma pauta muito presente, particularmente para jovens de um modo geral.”
A faixa, saída do debut do músico, bebe da fonte do rock clássico em seus riffs, trazendo ares de Black Sabbath e Deep Purple aos seus quase quatro minutos. As 9 músicas que compõe “Collective Delusion”, no entanto, não se limitam a um gênero específico. Uma profusão certeira e coesa que ressoa depois da primeira ouvida.
Em certos momentos, como em “Cain”, o piano domina e flerta com o jazz, abrindo espaço para momentos de vulnerabilidade e calmaria. Religião, críticas à cultura estadunidense e saúde mental são só alguns dos temas abordados pelo músico, que assina não só as letras como os arranjos e produção do disco.
Ele ainda recrutou John Netti (Rival Sons, Buddy Guy) para a mixagem, e Sean Magee para masterização, diretamente do icônico Abbey Road. Vale o play.