O MECA tem um jeitinho tão próprio que é difícil não o reconhecer só de dar uma olhada no lineup: aquelas bandas não tão mainstream, mas que a gente torce para alguém trazer logo antes que estoure.
Se em 2015 o negócio foi com La Roux e AlunaGeorge, dessa vez eles trouxeram nossos velhos conhecidos do Miami Horror e o hypado Oh Wonder num fest com aquele quê de balada. Para começar, teve o Lumen Craft, primeira e grata surpresa descoberta pelo MECA. O trio brasileiro se juntou em Londres e mistura música eletrônica e blues, com um vocal que lembra Chet Faker.
Com set curtinho e bem dosado, eles se destacaram também pela produção audiovisual caprichada. Ah, um adendo: a produção teve o cuidado de incluir DJs entre as trocas de palco para elas fluírem bem – e o que tocou entre Oh Wonder e Miami Horror segurou bem a onda, transitando entre remixes de Adele e Justin Bieber até Friendly Fires.
O Oh Wonder, por falar nisso, reuniu fãs que eu, particularmente, não sabia que eles tinham no Brasil, mas que acompanharam todas as músicas letra a letra. A sintonia entre a dupla era visível e, em vários momentos, dava vontade mesmo é de ser BFF deles. Um dos destaques ficou para “Body Gold”, fora “All We Do”, música queridinha da Ellie Goulding, e o discurso e motivacional feat. fofo da Josephine sobre correr atrás dos próprios sonhos.
Mas o que todo mundo queria mesmo ver era o Miami Horror, que atrasou e tocou com o som meio prejudicado, mais baixo, segurando na performance. O show, que achei que seria morno, cresceu e se tornou muito maior ao vivo, provando que tem banda que se garante mesmo é no live – tanto é que foi convidada a tocar no Coachella, né?
De modo geral, o MECA, mais uma vez, deixou saldo positivo e a vontade de mantê-lo sempre assim, num clima de house party com os amigos. E que venham muitos por aí <3