O futuro é feminino. Cada vez mais mulheres se destacam na música e, pela primeira vez, a Fender percebeu que o percentual de novas guitarristas chegou no de músicos, que antes dominavam o cenário.
Por isso, no Dia Internacional da Mulher, separei 9 nomes que esbanjam talento e ainda vão aparecer em muitas manchetes (e playlists) por aí. Acompanhe e aproveite para atualizar o Spotify!
1. Mattiel
Assim como às vezes a gente escolhe um livro pela capa, prestei atenção no trabalho da Mattiel pela arte. O que faz sentido, uma vez que, antes de entrar na música, ela ganhava a vida como designer.
Com influências que vão de Screamin’ Jay Hawkins e Andre 3000 a Marc Bolan e Jack White, é difícil não se apaixonar por seu debut. A voz forte de Mattiel passa por música repletas de dramas e corações partidos, trazendo um quê de soul ao garage rock.
2. Lizzo
Como sempre, Prince estava à frente de seu tempo. Ele descobriu Lizzo e chegou a gravar um álbum com a cantora. Aos poucos, ela foi ganhando seu espaço e hoje sai em turnê conjunta com HAIM e Maggie Rogers.
Ela passa do trap ao R’n’B com a maior facilidade, mantendo sempre sua mensagem body positive. Inclusive, é acompanhada no palco pelas The Big Grrrls, grupo de dançarinas plus-size.
3. Bia Ferreira
Bia Ferreira é aquele tipo de artista que a gente mais admira: multi-instrumentista, compositora e cheia de conteúdo. “Cota não é esmola” teve um boom depois de uma apresentação no Sofar Curitiba e, desde então, temos prestado atenção em seu som.
Ela usa sua arte para conscientizar as pessoas sobre as demandas antirracistas no Brasil. No finzinho do ano passado, soltou uma releitura de “Filosofia”, samba de Noel Rosa e Andre de Sá Filho ainda tão atual.
4. Caroline Rose
Há muitas formas de definir “Loner”, o último álbum da Caroline Rose. Antes dele, sua música era mais alt-country… Mas quanta mudança! Esse material novo é bem dinâmico, por vezes divertido e direto ao ponto.
Seus clipes são um espetáculo à parte – muitas das vezes, ela faz vários personagens. Em “Soul No. 5”, Caroline vira a mesa e resolve encarnar o papel do macho que fica assobiando e mexendo com mulheres na rua para mostrar o quanto isso é ridículo.
5. Snail Mail
Snail Mail surge em uma boa safra de novas bandas com mulheres liderando, como Soccer Mommy, Waxahatchee e Palehound. Lindsey Jordan, o grande nome por trás de tudo, começou a tocar violão aos cinco – bem menina prodígio.
Aos 19, compõe músicas que bebem da fonte do indie rock dos anos 90, pegando texturas e riffs que transitam pelo dream-pop. No ano passado, ela foi um dos nomes que dominou o SXSW, mesmo com a apresentação mais intimista.
6. Call Me Loop
Até comentei no site sobre a Call Me Loop antes. A inglesa faz um revival do pop anos 90, mesclando com elementos bem atuais – para você ter ideia, uma de suas músicas chama “Cry Like Kim K”, que já vamos adotar pra vida.
Ela segue a mesma vibe da Dua Lipa, apesar do pessoal da BBC indicar BANKS como outra referência para seu som. Para ficar de olho e se jogar na pista!
7. Luiza Lian
Meu disco nacional preferido no ano passado foi o “Azul Moderno”, da Luiza Lian. Como mulher e paulistana, é difícil não se identificar com cada uma das músicas de seu álbum, que passam de fim de relacionamentos até “Iarinhas”, em uma ode à natureza que quase inexiste, sufocada pela selva de pedra da cidade.
Em uma obra que trespassa o pop e o MPB com elementos eletrônicos, ela traz poesia e espiritualidade em letras bem imagéticas.
8. Rosalía
O que você diria se eu dissesse que uma das artistas mais empolgantes dos últimos toca flamenco? A espanhola chamou atenção com “El Mal Querer”, álbum em que explora as tradições do gênero, fundindo-o com o pop – às vezes, buscando influências no reggaeton e dembow carinhenho.
A fórmula nada convencional funcionou – e arrebatou o Grammy de melhor música alternativa e melhor performance por “Malamente”, tirando J Balvin da competição. Apesar de não esticar a vinda para o Brasil, ela toca no Lollapalooza Argentina, que acontece entre os dias 29 e 31 de março.
9. Tuyo
Por fim, temos Tuyo, que é girl power em dose dupla. As irmãs Lay e Lio são 2/3 do coletivo, completo com Jean, namorado da Lio. O folk futurista mescla sintetizadores a violão e letras que tocam bem na ferida, mas de um jeito tão doce que chega como bálsamo.
Essa dualidade é bem presente em “Pra Curar”, que encara a solidão e os perrengues da vida adulta com delicadeza e leveza.
E você, tem mais alguma indicação de artista ou banda que não sai do seu repeat? Divide com a gente!