Thiago Pethit é um daqueles raros artistas que tem a capacidade de transformar sua persona conforme o momento e a turnê. Em “Mal dos Trópicos”, ele encarna um Orfeu com ares bacantes, tocando na ferida em versos embalados por uma brasilidade ainda mais vigente.
Ao vivo, o clima sombrio dá vez a rompantes de energia visceral enquanto transitamos pelas músicas do novo álbum. No último domingo, a abertura ficou por conta de “Me Destrói”.
E se o público não foi arrebatado logo de cara, o desabafo e homenagem da noite à Mishelly Wylasck estreitou os laços ao mostrar um lado mais vulnerável do cantor, servindo de lembrete para que não deixemos histórias como a dela serem esquecidas.
Para completar seu ritual profano, Pethit abre espaço a grupos femininos – ao menos, foi assim no show de abertura, que resultou na live com o bloco Ilú Obá De Min, e, agora, também para o Mbeji, coletivo de mulheres e pesquisadoras de percussão e canto da música de ritual afrobrasileira e latina que ficou com a responsa de acompanhá-lo na música que dá nome ao álbum e voltou para o encerramento.
Confira os clicks feitos pela Barbara Viana:
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