A distopia não tão distante de “O Conto da Aia”, de Margaret Atwood

Existem livros e livros. Alguns servem como forma de escapismo, transportam você para um mundo utópico que serve para tirar sua mente dos problemas rotineiros… Bom, não é o caso de “O Conto da Aia”.

Não que isso seja algo ruim, aliás. Escolhi ler a obra de Margaret Atwood antes de começar a série e não poderia ter acertado mais.

Muito da narrativa é introspectiva e se passa do ponto de vista da personagem principal. As poucas críticas negativas que vi é que, por isso, vários fica a impressão de “não acontecer nada” por vários capítulos. Discordo – talvez um livro com mais ação tirasse o impacto daquela realidade.

Para quem não conhece nada da história, é mais ou menos o seguinte: “O Conto da Aia” acontece num futuro distópico em que os Estados Unidos não existem mais. Toda a sociedade funciona de forma diferente. Não existe dinheiro e as mulheres perderam todos os seus direitos. As que não estão casadas foram ou exiladas ou trabalham para servir a casa – algumas cuidando dos afazeres domésticos, outras, as férteis, única e exclusivamente para reprodução.

Acompanhamos Offred, que perdeu a filha e o marido durante essa transição de sociedade e agora trabalha como aia na família de um dos generais – conhecemos esses detalhes de sua vida anterior por meio de flashbacks.

E o que mais dói é encontrar muitas similaridades com situações que acontecem hoje em dia – como a força crescente do conservadorismo e decisões que representam um verdadeiro retrocesso, como a proibição do aborto mesmo em casos de estupro.

O Conto da Aia” poderia entrar como uma dessas leituras obrigatórias de colégio ou listas de vestibular. Quem sabe, assim, a conscientização das pessoas seria mais fácil ou, pelo menos, mais impactante.

Onde encontrar? Amazon tá com o preço mais em conta (R$44,50 no preço normal e R$26,90 na Black Friday)

Bruna Manfré

não é boa com descrições.

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