Para fazer jus à demora da banda no Brasil, também levei uns bons dias para publicar a resenha por aqui. No caso deles, pelo menos, a espera foi compensada – e com surpresa em dobro!
Para começar, teve Miêta, escolha acertada para os fãs de DIIV. A banda, direto de Belo Horizonte, conta com três mulheres em sua formação e transita entre influências do dream pop, indie e shoegaze. Com um álbum recém lançado, foi uma ótima oportunidade para conhecer as faixas de “Dive”.
Na sequência, o Terno Rei deu o tom intimista que se estenderia até o headliner. Criando uma atmosfera onírica, o grupo explorou reverbs com texturas macias e arranjos mais suaves.
Foi nesse mesmo clima que o DIIV subiu ao palco com um atraso de minutos, superando a expectativa de fãs que esperaram sua vinda por cinco anos. Com um som mais limpo e centrado agora que seus integrantes estão abertamente sóbrios, soube mesclar as músicas dos dois primeiros álbuns.
A experiência foi ainda mais imersiva com a ajuda das projeções: gravações feitas por eles mesmos, influências musicais e visuais dominaram o palco. Quem reparou em Kurt Cobain num VHS com o resto do Nirvana ou trechos do desfile da YSL?!
Sem muitas firulas ou pirotecnias, os cinco souberam segurar a apresentação só no som. Aliás, o guitarrista Andrew Bailey por vezes se destacou até mais que Zach, tocando com tanta vontade que arrebentou algumas cordas e mexendo com o público do jeito dele.
E se a primeira foi boa, a dobradinha foi ainda melhor. Depois de esbarrar com as meninas do Hinds no aeroporto, a banda acabou perdendo o voo e foi parar no Breve para um show meio improvisado – e lotado, diga-se de passagem.
Com um setlist montado na hora e atendendo a pedidos dos fãs, tocaram algumas das músicas que não faziam parte do show há anos e experimentaram algumas das faixas novas para ver como a galera reagia.
Para ficar na história mesmo, né não?
Fotos: Helena Yoshioka / Monkeybuzz