Entrevista: Fábio Cardelli

Sabe aquele amor platônico do metrô ou do ponto de ônibus? Ele foi a inspiração para “Cat Eyes”, single do primeiro álbum solo do Fábio Cardelli, o “A Palavra dos Olhos”. A música estreou no Move That Jukebox, mas você também pode ouvir por aqui para conhecer o trabalho dele:

Na verdade, você talvez até já tenha ouvido o som do Fábio na época da banda Visitantes ou no coletivo Cabezas Flutuantes. Caso contrário, te adianto o que esperar: pense em baladas com grande influência da música brasileira e nosso bom e velho rock’n’roll com aquele quê de blues. Tipo uma mistura de Arnaldo Baptista e Gilberto Gil com Sonic Youth, Morphine e Beck. Fez sentido aí?

Tudo bem, facilitamos as coisas e trocamos uma ideia com ele para saber mais sobre o lançamento, viagens e parcerias (passadas e futuras, será?):

1 – Compor com coletivos como o Cabezas Flutuantes ou com uma banda é um processo bem diferente de compor sozinho. Você tem preferência por um ou por outro?

Não, na verdade gosto de atuar dos dois jeitos, um complementa o outro. Quando você compõe sempre de um mesmo jeito, uma hora satura. Variar ajuda a manter o encanto.

2 – Como você descreveria a sonoridade do “A Palavra dos Olhos” numa sentença curta?

Rock trovador.

3 – E como surgiram as colaborações do álbum?

Elas foram surgindo de uma maneira meio inexplicável, sabe como são as relações humanas. Como foram mais de três anos, é bastante história pra contar. Algumas participações tiveram um envolvimento maior no processo do disco, outras foram mais pontuais, como a participação do trio de metais da OBMJ (Orquestra Brasileira de Música Jamaicana), mas sempre com muita pegada, muita vontade. São dez participações no total.

4 – “Cat Eyes” é o primeiro single, quais são as influências por trás dessa música?

Gosto muito de blues, eu vejo essa música como um blues rock. Eu diria que tem uma influência de Morphine nela.

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– Foto: Anna Bogaciovas –

5 – Fiquei sabendo que os nova-iorquinos já ouviram algumas das músicas novas (ele tocou no “Silvana Café”, lá no Harlem, para umas cem pessoas). Como foi a recepção deles?

No começo foi difícil capturar a atenção deles, toquei num bar no Harlem muito movimentado com comes e bebes, mas aos poucos a galera foi se soltando. Mesmo os sons em português foram bem recebidos. Teve um negão que gritava “yeah!” nos pontos altos das músicas, um peruano com a esposa que me pagou um chopp, um grupo de meninas que davam uns gritinhos e piraram com minha versão de Sexx Laws do Beck, foi uma noite muito divertida.

6 – Falando nisso, existe alguma diferença entre o público brasileiro e o gringo?

Acho que cada lugar tem seu próprio jeito das pessoas curtirem, mesmo dentro do Brasil é bem diferente tocar em São Paulo e Montes Claros, por exemplo. Toquei na Argentina e nos EUA, e senti a energia daquelas noites, daquelas pessoas específicas – quero viajar mais para poder ter uma visão mais abrangente da coisa.

7 – Você tem uma parceria dos sonhos?

Adoraria tomar umas cervejas e fazer um som com o Beck ou o Damon Albarn… ou os dois juntos.

Bruna Manfré

não é boa com descrições.

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