Livros que retratam bandas de rock, especialmente fictícias, são difíceis de convencer. A grande maioria cai no mesmo erro: abusar de clichês e estereótipos. Talvez por isso tenha ficado receosa ao ver a premissa de Daisy Jones & The Six. Saber que a Stevie Nicks (musa!) foi inspiração também não contou a favor, por mais contraditório que pareça.
Mas a verdade é que, nem bem cheguei à metade, já queria dar play no álbum icônico do grupo, comprar pôster, vinil autografado e tudo o mais que tenho direito.
Isso tudo graças à Taylor Jenkins Reid. A relação conturbada entre os dois principais vocalistas do grupo aparece em rota de colisão desde o começo, mesmo que, à primeira vista, Daisy pareça perfeita demais para ser crível.
Há de se admitir que o plot twist pretendido no final (sobre o autor da biografia) não teve o efeito pretendido – até porque surge uma ou outra indicação durante a leitura que dá a entender que isso aconteceria. Ele, no entanto, não interfere na narrativa construída pelos depoimentos.
Esse formato, aliás, deixa a leitura bem leve e dinâmica, trazendo o ponto de vista de todos os envolvidos na história em supostas entrevistas, que são recortadas e costuradas umas às outras – bem como em “Please Kill Me”, livro documentário real sobre o punk nos anos 70. Por vezes, as contradições e comentários de cada integrante sobre o mesmo evento dão um tom mais divertido às situações.
Apesar de não ser tão impactante quanto outras que rolaram por aqui (vulgo “As Garotas”), acaba cativando pelos personagens. Mais empolgante ainda é pensar na adaptação do livro para a série que está em desenvolvimento – finalmente os refrescos com todo o álbum ganhando vida!
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