Resenha: Frankenstein – Mary Shelley

Sou uma pessoa que nunca tinha lido Frankenstein na vida, e tinha relutado em ler por muito tempo achando que não fosse gostar. Mesmo quando eu comprei em dezembro, mesmo estando com vontade de ler, ainda tinha a sensação que não ia ser para mim. Ainda assim, decidi ler.

Mesmo nessa edição de bolso da Zahar, há uma apresentação, e nela Santiago Nazarian, também tradutor da obra, já diz para você esquecer tudo que sabe sobre Frankenstein, pois essas ideias que a gente tem sobre a história vem da cultura popular propagada por Hollywood. Eu duvidei, porém fiquei intrigada, e quando peguei para ler fui surpreendida: realmente não tem nada de castelo sombrio no meio do nada, nem um assistente corcunda, nem o famoso grito de “it’s alive!”. Então é isso, dizendo para vocês desde o início que a ideia que vocês tem de Frankenstein é uma grande farsa.

Frankenstein é muito melhor.

Para quem não sabe (sempre tem alguém que não sabe), Frankenstein foi escrito pela mãe da ficção científica, Mary Shelley. No livro, vamos acompanhar cartas e algumas entradas em um diário de Robert Walton a sua irmã, falando sobre sua viagem de navio ao norte do mundo, e seu sonho de mudar o mundo. É durante essa viagem que ele encontra alguém perdido no meio da neve, bastante doente, e o resgata. É a partir daí que vamos conhecer a história de Victor Frankenstein, narrada por ele mesmo.

Ele não é um velho cientista maluco, mas sim um jovem universitário desesperado para provar que é tão inteligente e genial quanto acha que é, que não pensou direito ao fazer um trabalho e só percebeu a besteira que estava fazendo quando tudo foi terminando e não havia como voltar atrás. Eu amei Victor Frankenstein (não que ele seja isento de babaquice, pois babaquice faz parte da natureza humana).

Para apontar algo que eu não gostei, só vou dizer que a Criatura é tagarela, e só falta nos contar quantas vezes ia ao banheiro. Precisei de toda minha força interior para não sair fazendo uma leitura dinâmica pela parte que é narrada por ela. 

Depois dessa leitura, entendo os motivos das pessoas gostarem tanto de Frankenstein, e com certeza vou querer a edição comentada, também publicada pela Zahar, para poder me aprofundar ainda mais nessa história.

Nota: ★ ★ ★ ★
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Bells Cavalcanti

Fiction is a lie that tells us true things, over and over

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