Com o filme de “Se eu ficar” para estrear nas telas do Brasil no dia 4 de setembro, a vontade de ler o livro em que ele foi baseado aumenta, especialmente quando a história é tão bem falada pela maioria dos leitores americanos (o livro só foi publicado por aqui apenas no começo de agosto), e, sem querer esperar muito, comprei um e-book em inglês e li.
Preciso dizer, logo de cara, que esse livro foi a minha maior decepção do ano. Esperava uma leitura rápida (minha cópia digital possui 139 páginas), mas ainda dramática e que, possivelmente, levantasse questões importantes. É isso que a sinopse do livro nos faz acreditar, de qualquer forma.
Em Se eu ficar, conhecemos Mia, 17 anos e apaixonada por música clássica, o violoncelo sendo seu instrumento de escolha, filha de um casal jovem e irmã mais velha de um garotinho. Nas primeiras páginas conhecemos apenas um pouco dessa Mia antes de a família sofrer um acidente de carro, no qual ela também estava presente. Os pais morrem e ela está desacordada devido aos ferimentos, porém ela consegue ver, parada em pé ao lado dos destroços do carro, quando os médicos recolhem o corpo dela e o coloca na ambulância; ela está no que chamamos de limbo. E é a partir daí que o livro começa de verdade.
Meu principal problema com a história é porque quando um autor nos apresenta um narrador em primeira pessoa, um narrador personagem, é com a intenção de podermos sentir melhor exatamente o que o protagonista está sentindo, e, em um livro como esse, isso é extremamente importante. Porém, o que vemos, é apenas o desejo de Mia que o seu namorado, Adam, apareça no hospital. Sim, é perfeitamente compreensível que em um situação assim a pessoa queira ver alguém que nos faça bem, mas não muito motivador quando você ler sobre isso página após página.
As reflexões que esperamos que aconteçam, uma vez que ela precisa se decidir entre ficar ou partir, nunca aparecem. Ela nos conta mais sobre a vida dela, sobre os amigos, sobre a família, sobre o namorado e sobre a importância da música, mas não tem uma sensação de reflexão, é apenas como se ela desse uma pausa no que está acontecendo com ela para explicar aos leitores como cada pedaço da vida dela se juntou.
Apesar de não ter apreciado o livro, ainda quero assistir ao filme, porque tenho certeza que essa história funciona melhor em uma tela.
Título: Se eu ficar
Autor(a): Gayle Forman
ISBN: 9788581635415
Editora: Novo Conceito
Páginas: 224
Classificação: ★
Ai, que bom ler sua resenha com spoiler. Vi o trailer do filme e fiquei cheia de pontos de interrogação na cabeça, um deles sendo que raios de filme derivado de best seller era esse que nunca ouvi falar. Mesmo você afirmando que verá o filme, eu larguei de mão, já não vou muito com a cara dessa Chloe Moretz, o livros sendo assim, então… Aliás, essa história do livro lembra muito o filme com a Saoirse, em que ela é assassinada e fica no limbo. Minha irmã viu e achou tão besta quanto você achou “Se eu ficar” justamente porque a história foca em garotos como sendo o aspecto mais importante da vida da garota. Faça-me o favor. ¬¬
Nada do que eu falei é exatamente um spoiler, só quis deixar alguns pontos claro porque a sinopse do livro faz parecer algo muito mais extraordinário do que realmente é, tudo que fiz foi reescrever a sinopse de forma mais aberta (mas posso entender porque é visto como spoiler) – eu entrei no livro esperando algo tão absurdamente diferente que só o terminei por não estar conseguindo acreditar no que lia. E o final… Totalmente dispensa comentários, direi apenas que é algo que você espera ver em um filme de sessão da tarde. E, embora eu queira ver o filme, com certeza vou esperar ele estar disponível no Netflix.