Shelter entrevista: Adam Evald

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Dia 4 de junho tá chegando e, com ele, o evento de estreia da Loner Sheep (agência que esta pessoa que vos escreve é sócia). Para quem não sabe ainda (sério? Vem confirmar presença aqui), tocam no evento a banda paulistana Monza, que logo mais estreia seu primeiro álbum, e o sueco Adam Evald.

Comentei sobre ele não faz muito tempo, mas, recapitulando: Adam tá na estrada basicamente desde 2012 e recém-lançou um álbum, gravado ao vivo. Aliás, no ao vivo, toca ele e uma formação de câmara (piano, violino e violoncelo), o que, por si só, já é um grande atrativo.

Conversei com ele sobre a vida para o Brasil, suas influências e o que podemos esperar do show. Confira:

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1 – Quando você percebeu que música era uma paixão?

Foi uma aprendizagem lenta. Percebi minha paixão em retrospecto. Tive sinais o tempo inteiro, aqui vão três de que me lembro: o primeiro foi durante as aulas obrigatórias de flauta doce que todas as crianças têm durante o primário na Suécia (não me pergunte o porquê). Eu aprendi todas as músicas de cor sem nem perceber. Isso mostra o quanto eu amava tocar flauta, enquanto todos os outros odiavam. O segundo foi no ensino médio, quando meu irmão mais velho levou uma bateria para casa. Ele me ensinou a batida básica e aí já dominei o instrumento. Não, ele que me dominou. O terceiro foi quando conheci meu primeiro amigo compositor. Eu estava no porto quando soube que o novo amigo de alguém era muito bom na guitarra. Eu o convidei para se juntar a mim e à minha bateria no porão dos meus pais, ficamos lá por dez horas.

2 – Quais foram suas influências quando criança e como músico?

Quando criança: The Doors e Doris Day. Quando adulto: The Doors e Brodsky. Ultimamente, acho mais fácil ser criativo como músico pela leitura. Encontro maior inspiração lendo, especialmente poesia. É uma forma de arte incrível. E você precisa se esforçar um pouco para participar. Leva tempo, vai contra a velocidade da sociedade moderna. Eu amo.

3 – Descreva seu som em cinco palavras

Pop extenuante, repleto de esperança

4 – O que podemos esperar do seu live?

Meus músicos de corda são incríveis. Eles dominam música clássica e pop com a maior habilidade e graça. E eles se movem com uma precisão encantadora. É um prazer vê-los e ouvi-los. De mim, talvez eu ofenda alguém acidentalmente com uma piada afiada que só os escandinavos com seu humor negro entenderiam. Mas vale a pena. Faço valer cantando como um pássaro – e talvez com algo em sueco.

5 – Qual a coisa mais bizarra que já te aconteceu em turnê?

A mais bizarra? Hmm… Muitas coisas estranhas já aconteceram, nem consigo mais achá-las tão estranhas mais. Sempre tem alguma coisa durante as turnês. Um episódio que me lembro aconteceu em Barcelona há um ano. Eu estava a caminho da casa de shows e estava muito difícil de encontrar. Perguntei para todo mundo na rua, pessoas de todos os lugares tentaram ajudar. Depois de tentar ligar para o dono da casa de shows um milhão de vezes, ele me retorna e confessa que é uma fraude. Ele nem tem uma casa de shows. Desapontamento absurdo. Qual a chance? Por que ele fingiu? Apesar disso, como todo mundo estava tentando ajudar, eu perguntei se não me conseguiriam um show para aquela noite. Duas horas depois, estava tocando em outro lugar (que existia). Foi o máximo!

6 – Sabemos que você esteve em turnê pelo Brasil há alguns meses. O que mais chamou sua atenção?

As conversas que tive depois dos shows. Brasileiros dizem coisas inusitadas. Profundas. Elas levam a algum lugar. Vocês não falam só “foi um bom show”. Vocês falam sobre o que os tocou nas músicas. Amo esse tipo de honestidade, precisa de coragem.

7 – Por fim, o que 2016 te reserva ainda?

Enquanto respondo, estou tentando não pensar no meu voo para Moscou que sai em três horas. Vou para a Rússia tocar no Nordic Meta Fest e preciso fazer as malas, já que vou de lá direto para o Brasil.

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On 4rd of June, Adam Evald plays at Serralheria, here in São Paulo. I talked to him about what to expect at the live show and his influences. Check it out:

1 – When did you first realize that music was a passion of yours?

I was a slow learner. In retrospect I realised my passion. I got signals all the time. Here are three that I remember: First time was during the obligatory recorder lessons all kids had to pass in primary school in Sweden (don’t ask me why). I learned all songs by heart without knowing it. That’s how much I loved to play the flute everyone else hated. Second time was in secondary school when my big brother brought home a drum kit. He showed me the basic beat and then the drums were mine. I owned them. No, they owned me. They decided when I was done. Third time was when I met my first songwriter friend. I was hanging out in the harbour when I learned that someone’s new friend could play killer guitar. I invited him to join me and my drums the next day in my parents basement. We stayed there for 10 years.

2 – Who have been your main influences growing up and as a musician?

As a kid: The Doors and Doris Day. As an adult: The Doors and Brodsky. Lately I find it easier to be creative as a musician by reading. Through reading, and especially poetry, I find the ultimate inspiration. It’s an incredible art form. And you need to make an effort to take part in it. It’s hard. It takes time. It goes against modern society’s speed. I love it.

3 – Describe your sound in five words

Grueling pop, brimful with hope

4 – What can we expect at your live show?

My string musicians are incredible. They master classical music and pop with great skill and grace. And they move with charming precision. It’s a joy to hear and see them. As for me, I might accidentally insult someone with a fierce joke only meant for Scandinavian dark humoured souls. But it’s worth it. I’ll make it by singing like a bird. And perhaps something in Swedish.

5 – What is the weirdest thing that’s happened to you whilst touring?

The weirdest..? Hmm… So many weird things have happened. I can’t even consider them being weird anymore. On every tour there’s something. One episode I recall right now took place in Barcelona about a year ago. I was on my way to the venue. It was really hard to find. I asked everyone on the street. People from everywhere tried to help. After having tried to call the venue owner about a million times, he calls me back confessing that he is a fraud. He doesn’t have a venue. Insane disappointment. What are the odds? Why did he fake it? Nevertheless, since all these people from the street had been halping out, tryin gto find the place, I asked them if they could get me a show for the night. Two hours later I performed at an existing venue. It was a blast.

6 – We know you were touring in Brazil a few months ago. What most caught your attention?

The conversations I had wth people after the shows. Brazilians say unusal things. Deeper. It leads somewhere. They don’t just say “good show”. They tell you what woke inside them as they listened. I love this kind of honesty. It takes guts.

7 – And, finally, what’s next for 2016?

As I’m answering this I’m trying not to think about my flight for Moscow that leaves in three hours. I’m going to Russia to perform at a Nordic festival and I need to pack my bag, as I’m going directly from Russia to Brazil after the last festival show.

Bruna Manfré

não é boa com descrições.

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