Assim que terminei “The Killing”, fiquei enlouquecida atrás de outra série que seguisse o mesmo ritmo. Não achei. Pelo menos, isso foi até receber “As sombras de outubro” da Suma, livro do mesmíssimo roteirista responsável pela produção dinamarquesa.
Aliás, o grande ponto forte consegue ser exatamente seu ponto fraco: as similaridades de ritmo, escrita e desenvolvimento entre os dois, que não são poucas.
A começar pelo formato de investigação, com a equipe principal formada por Thulin e Hess. Os dois, no entanto, diferem bem de Sarah Linden e Holder. Ao começo do livro, Thulin está prestes a mudar de divisão para explorar a parte da polícia voltada para tecnologia, na qual ela é muito boa. Mãe solteira e workaholic, ela desponta como uma das melhores de sua equipe, embora não receba tal reconhecimento.
Já Hess (que até lembra Bowie com seus olhos um de cada cor) se aproxima mais do outro detetive, rebelde, retraído e enfrentando seus demônios pessoais. Isso sem contar o fato de ser recém-transferido da Interpol, o que mexe com toda a dinâmica pré-existente do departamento.
Os dois são obrigados a duplar em um caso de homicídio – que acaba se repetindo, outra e outra vez. Poucas são as pistas que ligam os casos, uma delas bem inusitada: um boneco feito de castanhas, deixado em todas as cenas dos crimes.
Em meio a intervenções políticas, eles entram numa batalha contra o tempo para salvar as futuras vítimas e, muitas vezes, começam a seguir caminhos que não dão em nada.
Para quem já é mais íntimo do gênero, a resolução não chega a surpreender, mas todas as cenas são descritas com maestria e você consegue visualizar o livro todo como se fosse uma nova série. Ponto pra Søren e sua habilidade ímpar na escrita.
Dividido em capítulos curtos, alternamos entre diversos pontos de vista, o que contribui – e muito – para o dinamismo.
Para quem busca um thriller rápido e envolvente, fica a dica de leitura.
Nota: ★★★★
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