Escuta com elas #2: Gabriela Deptulski

Continuando nossa saga em busca de mulheres que inspiram, me deparei com a Gabriela Deptulski. Mente por trás do My Magical Glowing Lens, a multi-instrumentista tem o dom de construir experiências sensoriais em suas faixas que flertam tanto com o psicodelismo quanto com o shoegaze.

Foto: Aline Deptulski

Além da habilidade de se expressar, ela tem a empatia necessária pelo produtor para traduzir a visão de outros artistas. Vez ou outra, ainda ministra cursos para ensinar outras mulheres a tocar.

Na sua lista de álbuns mais ouvidos em 2019, o feminino mostra sua face mais instintiva, passando pelo misticismo de Papisa e Alessandra Leão até o dream pop de Tori. Olha só:

Tori – Ignatia

O disco é todo etéreo. Lembro que a primeira vez que ouvi apareceu magicamente um arco-íris no meu nome studio. As letras falam de coisas intensas e difíceis de forma leve. Me encantou muito.

Boogarins – Sombrou Dúvida

Já se tornou um clássico pra mim. Foi meu preferido deles. Só tem musicão, a galera tocando muito entrosada. Os temas das letras são densos, complexos, protestando contra as normas vigentes. Dando aquela luz na mente.

Erykah Badu – Mama’s Gun

O álbum é antigo, mas descobri ano passado. Fiquei encantada com a capa, quando comecei a ouvir não acreditei. A voz absurda, as letras intensas, a banda maravilhosa, músicas extensas e com estrutura diferenciada. Um dos melhores discos que já ouvi na vida.

Alessandra Leão – Macumbas e Catimbós

Provavelmente o que eu mais ouvi. Só voz e percussão, pontos sobre várias entidades da umbanda. Só de começar a ouvir já sinto a força e potência no ar. Místico, minimalista e completo. Ainda não parei de ouvir.

Papisa – Fenda

Letras que trazem uma confiança na gente mesma. Arranjos delicados, tudo feito com muito carinho. Transborda ternura, dá vontade de ficar em paz e se ligar a algo maior. Bem místico, com timbres muito coloridos e originais.

Se identificou aí com as escolhas da Gabriela? Então corre que hoje mesmo ela toca em SP junto com a francesa Laure Briard. Assinado pela Balaclava, o show acontece no Breve a partir das 21h.

Bruna Manfré

não é boa com descrições.

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