No meio de uma busca despretensiosa pelos lançamentos musicais da semana, me deparei com uma faixa bastante chamativa (ao menos devido à apresentação de seus autores). De um lado, o bem-sucedido Gorillaz, com o impacto permanente e poderoso de sua estética digital, e do outro, Beck, multi-instrumentista influente na década de 1990. O encontro resultou em “The Valley of the Pagans”, single apresentado aos fãs na última quinta-feira (22).
Logo nas primeiras notas, uma sequência imediata de referências ao universo sonoro do Gorillaz, marcada pela linha de baixo tipicamente seca e austera, mas forte o suficiente para dar o prólogo da história a ser contada. Já a alternância dos vocais de Damon Albarn e Beck traz uma atmosfera homogênea e absolutamente bem-humorada para a faixa, que demonstrou, na prática, a liga e química resultante desta parceria.
Por outro lado, fica difícil negar ou esconder que a faixa pode desencadear o clássico fenômeno de altas-expectativas-potencialmente-frustradas. Apesar da funcionalidade e, sobretudo, da leveza irônica presente na composição lírica e melódica, há um componente de previsibilidade que, ao ser percebido, faz com que os músculos relaxem novamente ao longo dos exatos três minutos de música.
É claro que isso deixa de ser uma questão se os ouvintes se encontram em outros moods, mais econômicos ou menos exigentes com as coisas ao seu redor. Além disso, é muito provável que ambos nem tenham planejado tal ruptura ou curva inesperada na cronologia de suas obras. Neste sentido, a atmosfera cool e dançante oferecida pela música pode ajudar os fãs a sextarem com louvor [ainda que dentro de suas casas, de forma segura]!
Tirem suas próprias conclusões e se divirtam (ou se frustrem :P) com “The Vallley of The Pagans”: