MURAIS satiriza clichês românticos em novo single produzido por Benke (Boogarins)

Quantas facetas um artista possui? Cada vez mais, percebemos o quanto são múltiplos. O quanto somos todos nós. E a última prova disso é o português Hélio Morais, mais conhecido por seu trampo como baterista das bandas Linda Martini e PAUS.

Foto: Ana Viotti

Hoje, ele lança o segundo single de seu projeto solo, MURAIS. “Catatua” chega para expor fragilidade e doçura, desconstruir imagens. O músico assume a suavidade do piano, incorporando o cantor romântico em um clipe que satiriza os clichês, com direito a luzes dramáticas e a escritora portuguesa, romancista e cronista Pat R. fazendo uma performance sobre o piano. Tudo sob a direção de Ana Viotti.

Levantar dúvida nxs outrxs, questionar-se a si mesmo, tirar-se da sua zona de conforto. Um novo instrumento, um novo lugar – o da escrita de canções –, representam exatamente a oportunidade para me colocar nesse desafio de me mostrar de uma forma livre, desconstruída, insegura”, ele explica. “E é assim que, nesse vídeo, o podemos ver sentado ao piano, qual cantor romântico, a interpretar um sem número de clichês”.

“A letra remonta para uma certa ironia sobre a forma como a sociedade de une para ‘cantar verdades’, para cada um cantar a sua verdade. A forma como cada pessoa cria a sua narrativa, na esperança de convencer o maior número de pessoas de que essa é a verdadeira. E essa é, talvez, uma das grandes ingenuidades dos nossos dias. A de que existe uma verdade. A verdade está no coração de cada um e cabe a todxs xs outrxs aceitarem que pode ser diferente da sua. Resta-nos aceitar isso mesmo e empatizar, tentar entender. E a minha verdade é que não sinto somente uma coisa.”

Essa multiplicidade culmina em “Catatua” com a atuação do cantor, bailarino e intérprete angolano JUDAS. Seu trabalho corporal dá vida à produção de um nome bem conhecido por aqui: Benke Ferraz, do Boogarins.

“(…) Quando estive com os PAUS no Brasil, em maio de 2019, decidi mostrar as canções ao Benke, que, não sendo um estranho, tinha o distanciamento que achava necessário para ouvir o que tinha gravado. E foi assim que esta aventura começou a se tornar real”, Hélio conta. Ele, aliás, foi para Recife trabalhar com Benke nas faixas.

O resultado sai em setembro pela Sony, em Portugal, e pelo selo do Primavera Sound, Primavera Labels, no resto do mundo.

Bruna Manfré

não é boa com descrições.

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