Resenha: As Musas – Alex Michaelides

As Musas” é o take de Alex Michaelides sob tragédias gregas. Psicologia, história e literatura se fundem nesse segundo thriller do autor, que, dessa vez, acompanha a história de Mariana Andros.

A terapeuta de grupo, marcada por traumas recentes, demonstra sua vulnerabilidade desde o começo do livro. Recentemente viúva, ela recebe notícias de sua única familiar ainda viva, a sobrinha Zoe, e parte de Londres para Cambridge para prestar suas condolências quando fica sabendo que a melhor amiga da jovem foi assassinada.

Foto: Editora Record

A viagem de condolências vira uma investigação quando a própria sobrinha acusa o professor Edward Fosca. Não por acaso. Além dos rumores de que ele teria um caso com a vítima, o professor de tragédia grega tem seu próprio séquito, As Musas, um grupo de alunas bem nascidas que o adoram como num culto (bem na vibe Charles Manson mesmo).

Enquanto busca respostas, ela se vê imersa em lembranças da época da faculdade e no luto claramente não vivido pelo ex-marido. Pela forma como o livro é escrito, somos logo levados a desconfiar do ponto de vista dela e partir para as próprias conclusões sobre possíveis culpados.

Apesar dos capítulos curtos, o livro tem um ritmo bem arrastado do começo até mais da metade, o que afetou bastante minha percepção sobre o thriller, e a maior parte dos personagens é pouco desenvolvida e unidimensional.

Também incomoda o fato de uma equipe de investigação profissional estar sempre dez passos atrás da protagonista, que nem sequer trabalha com psicologia forense. Mas pra esse detalhe a gente até passa um pano.

Um dos pontos altos é que o livro se passa no mesmo universo de “A Paciente Silenciosa”, inclusive com o retorno de alguns personagens. Não que seja necessário ler o primeiro, mas é um agrado a mais para quem acompanhou o debut (e quem sabe não rola um crossover mais pra frente?).

No geral, a execução poderia ser bem melhor, e senti falta dos jogos psicológicos e reviravoltas que encontramos em sua estreia, mas a premissa é boa e os elementos de dark academia com mitologia grega criam um cenário interessante.

Nota: ★ ★½  

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Bruna Manfré

não é boa com descrições.

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