“Trinta e poucos” – Resenha

Sou de opinião que resenhas é um dos pontes fortes da literatura nacional. Com certeza foi uma das coisas que fez com que eu me apaixonasse por leitura – é incrível ver como uma coisa insignificante pode se transformar em um texto impactante, mesmo que curto.

Trinta e poucos é o último livro de crônicas publicado do Antonio Prata, cronista da Folha de São Paulo, e trás justamente uma coletânea de crônicas que passaram pela Folha. Muitos jovens conhecem o Antonio pelo seu trabalho na Capricho (eu mesma o conheci por causa da revista, e costumava arrancar a página da crônica e colocar em uma pasta devidamente organizada por temas), e hoje ele é considerado um dos maiores cronistas do país.

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Ser cronista não é fácil, especialmente em uma época em que tudo acontece tão rápido e tudo fica velho em um piscar de olhos. Mas ler as crônicas do Antonio é como se, como a própria orelha do livro diz, “Rubem Braga tivesse uma página no Facebook” e como se “Nelson Rodrigues acompanhasse os jogos do Fluminense pelo Twitter”. Crônicas, pelo próprio gênero, é algo rápido, perfeito para ler uma ou duas em uma sala de espera, ou enquanto espera na fila do banco, ainda mais quando juntam, em um livro só, crônicas que se adequam ao nosso ritmo. É como se você ligasse para um amigo e batesse aquele papo antes de ser chamado para fazer um exame.

Em Trinta e poucos, conversamos sobre ser escritor, sobre como estamos sempre posando para deixar registrado uma imagem que não é nossa, sobre futebol, sobre o primeiro filho, sobre o amor, sobre a contemplação da vida e do fim do mundo, e sobre outras diversas questões que às vezes sentamos e conversamos com nossos amigos (algumas vezes depois de uma cerveja ou outra…).

Título: Trinta e poucos
Autor(a): Antonio Prata
ISBN: 978853592768
Editora: Companhia das Letras
Páginas: 226
Classificação: ★★★★★

Bells Cavalcanti

Fiction is a lie that tells us true things, over and over

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