Sabe aquela sensação que você tem quando consegue se esquivar de algum filme e realmente ler o livro antes? É um misto de vitória feat. alívio por ter se mantido forte com a tentação logo ali ao lado, às vezes até na Netflix. Quando o livro é bom, então, você nem acredita.
E “Lugares Escuros”, da Gillian Flynn, definitivamente é – daquele tipo que você anima a não largar até terminar.
Nossa resenha saiu um tempo atrás, pela Bells, mas se você não é familiar à história, calma que eu te explico: em 1985, acontece um massacre em uma família do interior do Kansas. Da tragédia, sobrevivem a filha mais nova da família e o mais velho – que é culpado pelos assassinatos e preso. Mais de vinte anos depois, Libby, a sobrevivente, volta a investigar o caso por n motivos, revivendo memórias tensas.
Durante a (rápida) leitura, ficaram alguns questionamentos que a gente divide com quem também se aventurou ou pretende começar (vou tentar não dar nenhum spoiler, juro!):
1 – Quem teve a brilhante ideia de escalar a Charlize Theron?
Nada contra a Charlize, muito pelo contrário. Ela é um mulherão da porra, mas não bate em nada com a descrição da Libby que é apresentada logo no começo – baixa, miúda, traumatizada.
Um papel que talvez funcionasse para a Emma Stone, na mesma linha do que ela fez em Birdman. Ou até a Dakota Fanning, se conseguisse envelhecer uns aninhos para o papel.
2 – Qual é a desse pessoal dos anos 80 e 90 com satanismo?
Quer dizer, nem estamos falando só do livro. Foram vários os casos dispensados pela polícia mesmo na vida real. Surgia a hipótese de culto satânico e pronto, caso resolvido. Um dos mais notórios foi o “West Memphis Threes”, em que três adolescentes foram presos pelo assassinato brutal de três crianças de oito anos. Saiu até livro e filme, “Devil’s Knot”, questionando a falta de provas – além do apoio público de Eddie Vedder e Peter Jackson para que soltassem os três.
Isso sem contar quem se interessava real oficial pelo assunto – até hoje rolam vários boatos sobre Jimmy Page que a gente bem sabe.
3 – Falando nisso, “Satanás” é uma tradução escrotíssima, né?
Que eu nunca encontre algum livro usando “Satanás” se for para convencer como thriller. Dá para levar a sério? Porque a única coisa que consigo pensar é nisso aqui, ó:
4 – Será que faz mal dar uma espiadinha nos próximos capítulos?
É por aí que você percebe quando um livro é bom e quando não é. Quando o autor sabe te segurar, bate até a ansiedade e você começa a considerar se pode dar uma espiadinha nos próximos capítulos. Spoiler: não faça isso!
5 – Quem são essas mulheres que se apaixonam por serial killers? Onde vivem? Do que se alimentam?
Vocês já repararam que alguns líderes de culto e serial killers viram praticamente celebridades? Só o Charles Manson recebia altas propostas de casamento. Quem são essas mulheres?
Sério, tenho a curiosidade desde “As Garotas”, que, aliás, dá uma boa visão de quem entra para cultos. Então se você já viu algum filme, documentário ou livro sobre o ~nosso Globo Repórter, manda aí a sugestão!
6 – Até que dá pra entender o lado do Ben.
Tudo bem, você começa o livro com o cara sendo apresentado como grande suspeito. Mas depois entra em seu ponto de vista e, sinceramente, quanta gente escrota, né não? Para começar pela própria família, com o pai que é dealer e a irmã enxerida.
Continua com a Diondra, mimada e forçada, até Trey, que dispensa comentários. Gillian tá de parabéns com a capacidade de conseguir fazer tantas pessoas detestáveis, de tantas formas diferentes.
7 – Não é possível que eu não tenha acertado em nenhuma teoria!
No fim das contas, você só quer saber mesmo o que aconteceu na noite daquele massacre. A cada capítulo, surge uma nova teoria baseada nas informações que são apresentadas. E a autora é mestre em guiar para uma pista errada.
Sem brincadeira, pensei em, facilmente, umas dez hipóteses diferentes para explicar o massacre e ainda assim não consegui acertar 100%.
Passou por alguma situação parecida? Animou para começar a leitura?
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