Outro livro que surgiu entre as listas de melhores de 2019 foi “A Paciente Silenciosa”, estreia do autor e roteirista Alex Michaelides. Assim como “A Nona Casa”, ser indicado a melhor thriller de 2019 pelo Goodreads jogou o sarrafo lá em cima. E como expectativa é a mãe das decepções, dessa vez o hype não ficou à altura – para mim, pelo menos. O que também não significa que é um livro ruim.
Alicia Berenson vive a vida de quem não precisa se preocupar com muito além de seu processo criativo. Artista plástica em ascensão, ela é casada com um fotógrafo de moda ainda mais hypado. Às vésperas de sua exposição, cinco tiros. E depois de matar seu marido, ela se recusa a voltar a falar.
O magnetismo de Alicia é algo que prende não só ao protagonista, Theo Faber, como também quem o acompanha nas muitas tentativas de entender suas motivações e fazer com que volte a falar.
Durante as 350 páginas, nos dividimos entre o presente, com as sessões na clínica e um psicoterapeuta visivelmente envolvido com seu trabalho, e flashbacks de Alicia nos dias que antecederam a tragédia, contados em detalhes no seu diário.
Sem dar espaço para outras soluções, o plot twist não chega a chocar quem acompanha o gênero – quem pega as pistas, inclusive, consegue matar a charada já no meio do livro. Mas feito de forma enxuta, não sobra espaço para cortes ou capítulos que se arrastem.
Aliás, vale o elogio para a escrita de Alex. Com uma visão bem cinematográfica, a história é contada de forma dinâmica. Suspense psicológico rápido para quem busca sua próxima empreitada na quarentena. E que venham seus próximos livros!
Nota: ★★★
Onde encontrar: https://amzn.to/2VlLDsF